Alerta Geada previne e reduz perdas agrícolas

Criado em 20/03/2018 21:29

Entra em operação nesta terça-feira (16) o serviço Alerta Geada, mantido pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e pelo Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) até o final do inverno. As previsões podem ser acessadas em ícone específico nas páginas www.iapar.br e www.simepar.br bem como pelo telefone (43) 3391-4500 ao custo de uma ligação para aparelho fixo.

Segundo o meteorologista do Simepar, Cezar Duquia, o risco de geada configura-se com a aproximação de massas de ar frio com "céu de brigadeiro". O fenômeno costuma ocorrer no Centro Sul, Planalto Central e na parte da Região Metropolitana de Curitiba conhecida como Planalto Leste. As condições do tempo são monitoradas com base em dados de temperaturas, pressão atmosférica, ventos e umidade do ar desde a superfície até aproximadamente 15.000 metros de altura. Também são observadas as imagens provenientes de satélites. É analisado um campo meteorológico em ampla escala, com dados nacionais e internacionais integrados em uma rede. As previsões são reavaliadas duas vezes ao dia. Um mapa de probabilidade classifica a geada como fraca, moderada ou forte.

Uma vez emitida a previsão do Simepar, a equipe de agrometeorologistas do Iapar interpreta as informações e dispara os alertas por e-mail, "torpedo", imprensa e redes sociais. Se as condições para formação de geada persistem, um aviso de ratificação é enviado até 24 horas antes da ocorrência prevista. "As condições deste ano indicam normalidade com El Niño fraco em julho e agosto, quando aumenta um pouco a probabilidade de geada", explica Duquia. Em 2016 foram emitidos dois alertas.

RECOMENDAÇÕES – O estado tem cerca de 50 mil hectares de lavouras de café – as mais vulneráveis à geada. A maioria é cultivada por pequenos produtores familiares e tem em média 10 hectares. A estimativa de produção para 2017 está em torno de 1,3 milhão de sacas beneficiadas. "Considerada a relação custo-benefício, as medidas de proteção valem a pena", afirma o economista do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura do Paraná, Paulo Sérgio Franzini.

Segundo a meteorologista Ângela Beatriz Costa, para lavouras cafeeiras com idade entre seis e 24 meses, é recomendável amontoar terra até o primeiro par de folhas no tronco das árvores imediatamente, protegendo as gemas e evitando a morte da planta em caso de geada severa. Conhecida como "chegamento de terra", a proteção deve ser mantida até o final do período frio - em meados de setembro – e então retirada preferencialmente com as mãos. Nos plantios com até seis meses de idade, a recomendação é enterrar as mudas. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica. A proteção das lavouras novas e viveiros deve ser rapidamente removida logo que a massa de ar frio se afastar e cessar o risco imediato de geada.

Outros setores da economia também são beneficiados pelo Alerta Geada, como produtores de hortaliças, comércio de vestuário, construção civil e turismo.

APERFEIÇOAMENTO – O Simepar vem desenvolvendo um grande esforço para aumentar a definição espacial da ocorrência de geadas e das propriedades com risco de serem atingidas. Segundo o diretor Eduardo Alvim Leite, novas tecnologias devem ser adotadas para aperfeiçoar a prestação do serviço: "No futuro próximo os avisos serão emitidos no formato CAP - Common Alerting Protocol (Protocolo de Alerta Comum) – um padrão internacional de comunicação de alerta universalmente compreensível adotado pela Organização Meteorológica Mundial". As mensagens poderão ser dirigidas aos proprietários de áreas sob risco cadastrados. No futuro um pouco mais distante o risco de eventos severos poderá ser comunicado a todo usuário de qualquer operadora de celular que esteja na região no momento, mesmo que não esteja previamente cadastrado.

Interessados em receber as mensagens do Alerta Geada por e-mail ou SMS devem cadastrar-se em www.iapar.br.


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