Os registros de tempestades localizadas dificilmente atingem uma estação meteorológica por isso, em muitas das vezes, não é possível mensurar os valores extremos das rajadas dos ventos, chuvas, etc. Os eventos desta manhã foram exemplo disso. Na Fig. 01 identificam-se, pela informação de satélite, que havia muitos núcleos (tons de cinza) os quais produziam chuvas mas em áreas muito limitadas. As nossas estações meteorológicas (mais de cem) não indicavam chuvas tampouco rajadas de ventos.
Fig. 01 - Imagem de satélite
O radar meteorológico do SIMEPAR localizado em Cascavel, foi capaz de identificar que alguns dos núcleos já causavam chuvas com intensidades moderadas a fortes e, particularmente o que atingia o município de Juranda cujo centro mais intenso era localizado a sudeste da área urbana, Fig. 02.
Fig. 02 - Chuva estimada pelo radar meteorológico de Cascavel
Para detalhar melhor esta tempestade, Fig. 03, realizamos um "corte" transversal desta tempestade do município de Juranda utilizando uma seção de 35 km de extensão (detalhada no mapa) e duas variáveis: velocidade de deslocamento dos alvos (chuvas, granizo, água congelada...) e o valor de refletividade, que permite a identificação do tipo de hidrometeoro presente na nuvem (chuva, chuva e gelo, granizo....). No gráfico superior direito foi possível identificar que a uma altura aproximada de 4,5 km a 6,5 km as velocidades dos ventos estimadas eram fortíssimas, aproximadamente 176,4 km/h e próximo à superfície velocidades acima dos 100 km/h. Este núcleo da superfície não estava posicionado sobre a área urbana do município porém muito próximo. No gráfico inferior dois núcleos com refletividades (cor magenta) mais elevadas, na faixa dos 55,0 dBZ, o que indicou a presença de granizo e/ou chuva congelada.
Fig. 03 - Detalhes da célula de tempestade, 10 h e 08 min de 12/07/2016
Esta tempestade foi de curta duração, menos de 10 minutos, sobre o município; não se expandiu porém apresentou alto potencial para causar danos.
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